RESUMO: LIVRO 4 - CAP. 63
PARTE
XII – JE T’AIME
Capítulo
63
Perdão
River
Run, maio de 1770
Brianna
e Lord John Grey discutiam a respeito do temperamento forte e resistente de
Jocasta que mantinha a vontade ferrenha de impor à sobrinha a sucessão de sua
propriedade.
Brianna
se mantinha irredutível em sua postura de não querer possuir escravos. A
legislação rígida da Carolina do Norte era obstáculo para que ela pudesse agir
nessa causa, segundo sua vontade.
Grey
lhe apresentou a alternativa de que poderia vendê-los a ele, de forma que
seriam levados para a Virgínia, onde o rigor da lei era menor. Alí eles
poderiam ser libertados por seu proprietário e Brianna faria o ressarcimento dos valores referentes
às peças ao Lord .
A
conversa girou sobre pensamento de Brianna, em relação à sua própria felicidade
e casamento com Roger, em meio à dúvida e ansiedade existentes por causa da
indefinição da paternidade do filho que ela espera, na insegurança do amor que
ele poderia devotar a um filho que poderia não ser seu. Grey disse –lhe que ele
teria essa facilidade de amar a criança, por ela, por Brianna, a quem admirava
em sua beleza.
Sentindo
um incômodo, o Lord se deitou, recebendo dela atenção para que aceitasse um chá
ou um curativo, mas o Lord disse que era
somente uma dor de cabeça forte, em virtude da claridade, e passou a falar
sobre Willie, as circunstancias que o levaram a cuidar dele, sendo o mesmo seu
enteado. Os pais da criança haviam falecido e com seu casamento com Isobel, tia
da criança, passara a amá-lo como se seu fosse. E em momento algum poderia
permitir que alguém duvidasse do amor que lhe devotava, ainda que não houvesse
vínculo de sangue entre eles.
Para
Brianna o conflito e preocupação no seu relacionamento com Roger, vinha do que
vivera como filha de Frank, ignorando a existência de Jamie e a verdadeira
história que sua mãe vivera com ele. Randall foi um pai maravilhoso, ela disse
a Grey. Achava também que o relacionamento Frank- Claire era bom, se gostavam e
se respeitavam. Porém ao morrer Frank
e Claire retornar p Jamie e ela chegar a eles, ficou intrigada com a troca de
olhares, a cumplicidade existente entre o casal. Diferente de tudo que
presenciara anteriormente em seu lar, na vida Claire- Frank. Era um sentimento
nunca visto.
John
sentia o incômodo do curativo e, estava ferido em sua vaidade por ter tido a
cabeça raspada. A fala de Brianna o fez lembrar do pensamento louco que tivera,
quando também vira pela primeira vez essa troca de olhar entre Jamie e Claire.
Eles
refletiram sobre essa paixão mútua, tão rara e incomum, ao ponto de Brianna
contemplar a paisagem ao seu redor e suspirar, aceitando que vivera isso de
maneira rápida, que poderia estar perdida, e dela, haveria aceitação. Mas a
imitação do amor, não, isso
ela não viveria.
Enquanto
tomavam café, alguém trouxe a notícia de ter visto dois cavaleiros descendo os
campos dos Campbells e um dos cavaleiros com certeza, pela descrição era Jamie.
E surgem as indagações, encontraram Roger? Ele não quis voltar? E Ian? Se foram
três, o que teriam acontecido? As possibilidades só teriam respostas com a
chegada de Jamie e seu acompanhante.
John
pede a Brianna, que mesmo contra vontade, culpa ou obrigação, perdoe Jamie. Ela
disse que já o fizera. O som de cascos no chão de cascalho foi ouvido pelas
portas francesas abertas. Brianna desceu a se encontrar com o pai e falar-lhe
do seu perdão.
John
se viu frente a frente com Claire e disse-lhe que imaginavam acontecer algo a
qualquer um, menos a ela. No que a mesma respondeu ser imortal, de forma provocativa.
Sem conter sua curiosidade ele perguntou sobre o Mackenzie e pela surpresa que
demonstrou ao receber a resposta, Claire entendeu que ele sabia muito sobre o assunto. Agindo
bruscamente, ela passou a examiná-lo, fazendo as indagações médicas de praxe.
John
se extasiava com as condições físicas de Claire, sua idade, sua aparência, seus
olhos grandes, chamativos, dourados, que focavam sobre ele. Nada quis lhe
informar sobre o estado de seu intestino, e perguntado sobre a trepanação que o
Dr. Fentiman realizou em seu crânio, ele se remexeu desconfortavelmente embaixo
dos lençóis, dizendo que não estava consciente quando a cirurgia aconteceu.
Os
dedos frios de Claire deslizavam sobre a gaze em sua cabeça e John perguntou
sobre Brianna e Jaime, e soube que estavam se entendendo. Claire agradeceu-lhe
pelo que fizera por sua filha. Grey ficou ansioso ao ouvir que Jamie viria
vê-lo. Claire enfiou a mão em um saco de couro que levava ao redor do pescoço
pegou um anel e lhe devolveu, a pedido de Brianna. John emitiu uma exclamação e
sorriu.
Trepanação
A
cultura da trepanação esteve presente desde o tempo do mesolítico e há
cadáveres com sinais de trepanação em praticamente todas as antigas
civilizações do mundo. Encontram-se expostos no Museu Geológico, em Lisboa,
crânios mesolíticos com sinais de trepanação e com um pequeno sol desenhado em
redor do orifício sugerindo uma prática ritual.
Tal
como as sangrias, a trepanação era um procedimento médico muito realizado, com
o objetivo de eliminar os maus espíritos e demônios do paciente, mas sem nenhum
significado terapêutico prático, funcionando apenas como placebo. A
sobrevivência ao procedimento nos séculos antes da Idade Média era de
aproximadamente 70%.
Durante
os séculos XIV a XVIII caiu praticamente a zero, devido ao pouco cuidado dos
realizadores de tal prática, que acabavam perfurando as meninges do paciente e
causando uma hemorragia incontrolável. Há relatos de cirurgias desse porte no
Egito e na Mesopotâmia, nas quais o paciente era dopado com uma bebida
alcoólica e depois tinha seu crânio aberto por um instrumento pontiagudo.
Atualmente
é uma intervenção cirúrgica que
consiste em fazer uma perfuração regular num osso, em especial nos ossos
cranianos com um trépano. A trepanação craniana faz-se, principalmente, para
descomprimir o cérebro em casos de hematoma ou de tumores.
Resumo feito pela nossa Ex-Sassenach Leila
Fonte:
GABALDON, Diana. Perdão. In: GABALDON, Diana. Outlander: os tambores de outono. São Paulo: Arqueiro, 2018. Cap.63.
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