RESUMO: LIVRO 4 - CAP. 64

 


PARTE XII – JE T’AIME

Capítulo 64

Última chance


 

 

Jamie, Claire e notadamente Brianna estavam com medo e ansiosos em relação ao parto dela.

            Explicando para Brianna sobre o parto, como tal aconteceria, Claire fez uma comparação com o jogo de beisebol, seus momentos de ação e reação e Bree se lembrou da cerveja e do cachorro quente. Esse último, Jamie só o conhecendo no sentido literal, se dispôs a ir à caça de um, despertando um riso simulado em Claire.

Brianna exigia a presença constante do pai, dada a promessa que ele lhe fizera de nenhum mal lhe acontecer no parto. Claire mantinha uma preocupação grande com a hemorragia, em razão do que lhe ocorrera com Faith. O fato de ser grande e saudável não lhe fora garantia. Se tal acontecesse o único recurso seria salvar o bebê através de uma cesariana.

A casa se mantinha em movimento, Betty, Phaedre, Jocasta... Tudo era expectativa, mas não havia muita coisa para se fazer... A cama estava coberta com cobertores velhos e listrados para proteger o colchão; havia uma pilha de panos limpos à mão e uma lata de água quente, renovada a cada meia hora, mais ou menos, pela copeira. Água fria para bebericar e para molhar a testa, um pequeno vidro de óleo para massagear, o kit de sutura por perto, para garantir – fora isso, tudo dependia de Brianna, que depois de caminhar por quase uma hora segurando o braço do pai, parou no meio do quarto, e pediu para se deitar.

Quanto tempo? Claire não tinha como responder. E em meio a essa naturalidade e processo de espera, Brianna se achegava mais a Jamie, que em suas indecisões do saber agir, corresponder às necessidades de apoio da filha, era estimulado por Claire a lhe contar uma história e mais histórias.

A camisola de Brianna estava encharcada, presa à sua pele. As dores vindo a intervalos muito curtos. Claire fez um gesto para Phaedre, que saiu correndo e voltou com um círio aceso, para iluminar as velas nos candeeiros. A luz era suave no quarto e a temperatura estava amena: nas paredes, era possível ver sombras. Jamie já estava rouco.

            A hora estava perto. De repente, ela se soltou dele e se sentou segurando os joelhos, o rosto muito vermelho devido ao esforço, empurrando. Era o momento. Claire ajeitou os travesseiros rapidamente embaixo dela, fez com que se recostasse na cabeceira e chamou Phaedre para segurar a vela. Untou os dedos, enfiou a mão embaixo da camisola e tocou a carne que não tocava desde que ela era um bebê. Esfregou lentamente, delicadamente, falando com ela, sabendo que não fazia muita diferença o que dissesse.

E a vida surgiu. Primeiramente, uma cabeça parecida com uma gárgula chinesa apareceu, junto com um esguicho de líquido amniótico e sangue.

Uma cabeça branca cerosa e parecida com um punho, que fazia uma careta de fúria para a avó. “O que é? Um menino? – A pergunta do Jamie em voz rouca me tirou da surpresa que eu sentia. – Espero que sim – disse, limpando com o polegar o muco do nariz e da boca. – É a coisa mais feia que já vi; que Deus ajude se for menina.” (GABALDON, 2018, p. 835-836)

            Brianna emitiu um som que podia ter começado como risada e se virou com muito esforço, gritando. Claire mal teve tempo de enfiar os dedos e virar os ombros largos um pouco para ajudar. Ouviu um pop alto e uma forma longa e úmida escorregou no cobertor, remexendo-se como uma truta na terra. Ela pegou uma toalha de linho, limpa, e o envolveu – era ele, o saco escrotal aparecia redondo e roxo entre as coxas gordas. Conferiu seus sinais de Apgar, respiração, cor, atividade... tudo bem.

Ela deitou-o na cama, a mão em cima dele, enquanto examinava Brianna. As coxas dela estavam manchadas de sangue, mas não havia sinal de hemorragia. O cordão ainda estava pulsando ela estava ofegante, deitada de costas nos travesseiros amassados, os cabelos grudados às têmporas, um sorriso enorme de alívio e triunfo no rosto. Pousando a mão na barriga dela, repentinamente flácida, no fundo, Claire sentiu a placenta se soltar. “– Ele é lindo – sussurrei.” (GABALDON, 2018, p. 836)                                                                                                               

Deixou-o com ela e concentrou sua atenção em assuntos imediatos, massageando a barriga dela com firmeza das mãos, para incentivar o útero a se contrair e a parar de sangrar. Animação tomou conta da casa quando Phaedre desceu a escada para espalhar a notícia. Claire olhou para a frente e viu Brianna reluzente, com um largo sorriso. Jamie estava atrás dela, também sorrindo, as faces molhadas de lágrimas. Ele lhe disse algo em gaélico e, ao afastar os cabelos dela de seu pescoço, inclinou-se e a beijou com cuidado, atrás da orelha.

O diálogo natural, mãe, filha sobre o recém-nascido se iniciou. A emoção levou Claire às lágrimas...

Algum tempo depois, mãe e filho limpos e confortáveis, comida e bebida trazidas para Brianna e uma última verificação para ver se tudo estava bem, Claire caminhou para as sombras da galeria acima. Se sentia agradavelmente desligada da realidade, como se estivesse caminhando uns 30 centímetros acima do chão. Jamie havia descido para contar a John; estava esperando por ela aos pés da escada.

Ele a recebeu de braços abertos sem nada dizer e a beijou; quando a soltou, ela viu as marcas vermelhas das unhas de Brianna nas mãos dele, ainda não totalmente desaparecidas. “– Você foi muito bem – sussurrou para mim. Então a alegria de seus olhos se tornou um sorriso enorme. – Vovó!” (GABALDON, 2018, p. 837)

Na intimidade do quarto se colocaram a análises a respeito da cor do bebezinho, ansiedade despertada por Jamie. Claire disse que o bebê era perfeito fisicamente, o tempo agora é que mostraria sua aparência, sua semelhança com seu pai, o que, no pensamento dela, não teria nenhuma importância, porque ele poderia não ter nenhum...

Enlaçados e nus iniciaram num sono, sendo despertados pelos sons do bebê, no que Jamie disse que embora não soubessem quem era o pai, o avô se garantia. “O amanhã trará suas preocupações.” (GABALDON, 2018, p. 837), durma, respondeu-lhe ela, lembrando-se que essa era a forma de Frank dar-lhe acalanto e à Brianna em suas aflições.

            Olhando as estrelas, pela janela escancarada, ela disse sem emitir nenhum som, “– Você sabe? [...] - Sabe que ela teve um filho? Não houve resposta, mas a paz tomou conta de mim gradualmente no silêncio da noite e finalmente me entreguei aos sonhos.” (GABALDON, 2018, p. 838)



Resumo feito pela nossa Ex-Sassenach Leila

 Fonte: 

GABALDON, Diana. Última chance. In: GABALDON, Diana. Outlander: os tambores de outono. São Paulo: Arqueiro, 2018. Cap.64.



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