RESUMO: LIVRO 5 - CAP. 31

 

PARTE III – ALERTAS E EXCURSÕES

Capítulo 31

Órfã da tempestade

 

  

 

Nevava e fazia frio. Jaime e Claire dormiam em um abrigo que haviam improvisado para passarem a noite após os fatídicos acontecimentos do dia anterior: Josiah e seu irmão gêmeo, a propriedade dos Beardsleys, os fantasmas de Fanny, o fedor de imundície e gangrena e o trabalho de trazer com eles as cabras que ainda baliam alto. Claire tivera um pesadelo, acordara desorientada e com a sensação de ter ouvido gritos. Seus movimentos acabam acordando Jamie que se levanta assustado, procurando saber o que era.

Ao ouvir um barulho ele indica uma trouxa de panos que se encontrava próximo à fogueira, atrás de Claire. Ela começa a afastar os panos e descobre que se tratava de um recém-nascido que havia sido deixado ali e que caso ela não agisse rápido, certamente morreria de fome e frio. Jaime procurou aquecer Claire e a criança entregando-lhe um xale e as abraçando. A criança por sua vez já estava aconchegada contra os seios de Claire. Jaime ainda estava com febre e tossia. Ao virar-se em direção à mata ele percebeu que o lugar onde a senhora Beardsley estivera deitada antes, agora estava vazio. Questionou Claire sobre a possibilidade de o bebê ser de Fanny, bem como de onde ela estaria, ou por que teria fugido sem levar a criança ou um dos cavalos. Claire informou que o bebê parecia estar com fome, já que sugava seu seio à procura de leite. Eles haviam levado da fazenda dos Beardsleys grandes redes de forragem.

Enquanto Jamie abria e espalhava comida para os cavalos e para as cabras, Claire, com o bebê no colo, pensava em Fanny. O que teria acontecido? Por que não contou a eles sobre a gravidez? Por que havia abandonado o bebê e desaparecido em seguida? Será que havia abandonado mesmo? Por um momento Claire pensou em possibilidades mais assustadoras, como ataque de ursos, panteras e até índios, mas descartou a ideia concluindo que os cavalos e os demais animais certamente fariam barulho e os teriam acordado se algo assim tivesse acontecido. Jamie voltou com um copo de leite de cabra e um lenço moderadamente limpo com o qual improvisou um bico e, mergulhando no leite, colocava cuidadosamente na boquinha do bebê, que logo parou de chorar.

Enquanto o alimentavam, Jamie e Claire conversavam, criavam hipóteses e procuravam respostas para o desaparecimento da senhora Beardsley. A neve continuava caindo, anunciando uma tempestade pior, era necessário reunir as coisas, os animais e partir. A situação parecia irreal, o que fez Claire se lembrar por um instante dos contos escoceses sobre crianças trocadas, filhos de fadas deixados no lugar de bebês humanos. Parecia que Jamie também havia pensado na mesma possibilidade ao se referir ao bebezinho como Sgaogan, ou seja, criança trocada. Ele informou que estavam a uma ou duas horas de viagem de Brownsville e que sabia onde estavam, pois amanhecera.

Jamie ordenhou algumas cabras e trouxe leite fresco para beberem no café da manhã. O bebê havia feito xixi, e ao se preparem para trocá-lo, perceberam que era uma menina. Jaime ficou admirado e comentou que apesar de tudo o que acontecera, ela possuía um bom dote já que o pai estava morto, ela não tinha irmãos, a mãe tinha fugido e ela era a única herdeira da propriedade dos Beardsleys. Enquanto conversavam a bebezinha fez cocô e novamente Jamie se prontificou em cuidar da limpeza da criança para que Claire arrumasse um jeito de mantê-la aquecida. Para a surpresa de Jamie, a menininha tinha uma mancha azul acima das nádegas que a princípio pareceu ser um hematoma, mas que logo foi descrito por Claire como sendo uma mancha mongólica que define que a criança é descendente de negros, ou seja, é parcialmente africana. Ela explicou ainda que nem toda criança negra, nasce negra. A nova descoberta explicava o desaparecimento de Fanny Beardsley. Certamente ela sabia que o pai da criança era negro e que ao nascer, o bebê denunciaria sua condição de adúltera, já que o senhor Beardsley era branco. Claire ficou se perguntando se os bebês dos índios também tinham manchas mangólicas.

Jaime relutou em abandonar as cabras, mas eles precisavam conseguir abrigo e alimento para a criança o mais rápido possível. Claire pensava em Fanny enquanto seguiam no caminho para Brownsville. Ao chegarem ao vilarejo, perceberam que os homens da milícia estavam instalados ali. Fergus veio recebê-los e logo foi incumbido por Jamie de encontrar alguma mulher no vilarejo que estivesse amamentando. O francês afirmou que tinha visto ao menos duas que certamente poderiam ajudar. Entretanto, antes de sair com Claire para procurá-las, Fergus informou a Jamie de que tinham um pequeno problema para resolver. Morton estava ali, refugiando-se com os cavalos, pois os Browns não poderiam saber de seu paradeiro caso ele quisesse continuar vivo.

Jamie estava diante de um grande dilema, precisava recrutar homens para a milícia, assim como necessitava dos suprimentos de Brownsville. Para piorar a situação Morton não poderia se casar com a filha de um dos irmãos Browns, com quem havia se envolvido, pois já era casado. Jamie ficou sabendo que a intenção dos Browns teria sido ir ao encalço de Morton e matá-lo, mas não o fizeram porque foram distraídos por Roger que cantou para as pessoas do vilarejo que vieram ouvi-lo. Jamie pediu a Fergus que avisasse Morton que mais tarde voltaria para falar com ele. Ao ser questionado por Claire sobre o que faria em relação aos Browns, Jaime afirma: “- Cristo... como vou saber?” (GABALDON, 2018, p. 409)


Resumo feito pela nossa Sassenach Iara

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 Fonte: 

GABALDON, Diana. Órfã da tempestade. In: GABALDON, Diana. Outlander: a cruz de fogo. São Paulo: Arqueiro, 2018. Cap.31.

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