RESUMO: LIVRO 3 - CAP. 16

 

PARTE IV – LAKE DISTRICT

Capítulo 16

Willie

 

 

Os anos foram se passando e Jamie sentia-se adaptado e confortável em Helwater. Lorde John cumpria o combinado de visitar a propriedade a cada três meses e aos poucos compreendeu que sua condicional havia sido arranjada por Grey e não por ordem do rei. Percebeu que havia sido o melhor que o oficial conseguiu fazer. Em uma das visitas foram retomando a amizade de antes e a partir de então, lorde John sempre destinava algumas horas de suas visitas para conversar com Jamie e jogar xadrez com as palavras, já que não dispunham de um tabuleiro com peças.

O pequeno Willie crescia em meio a pôneis e cavalos, aos três anos já montava. Ele e Jamie se tornaram muito próximos. O garoto era mimado, birrento e cheio de vontades que eram imediatamente atendidas por todos a sua volta. Jamie irritava-se com o comportamento do menino, mas não podia fazer muito, visto que estava na condição de criado e não tinha qualquer autoridade sobre Willie.

O tempo foi passando e a semelhança entre Jamie e Willie começava a ser notada. Certo dia lady Dunsany comentou uma amiga: “Às vezes, brincamos que ele passa tanto tempo com Mackenzie que está começando a se parecer com Mackenzie” (GABALDON, 2015a, p.286). A convidada concordou, analisou os dois e comentou sobre os traços e trejeitos semelhantes entres eles. Jamie ouviu tudo e então começou a perceber que se ficasse naquele lugar por mais tempo, poderia ser que todos descobrissem a verdade.

Ao saber que o cavalariço iria embora, Willie – que era tão apegado a ele – reagiu com mau comportamento, insistindo para que Jamie fizesse o que ele ordenasse, já que estava tão habituado a ter seus desejos atendidos. Diante da atitude do garoto em gritar para perturbar os animais – como forma de chamar a atenção de Jamie e conseguir o que queria – o cavalariço reagiu dirigindo algumas ofensas ao menino. Mas, logo percebeu que o que disse o afetou e compreendeu que Willie já deveria ter ouvido os boatos a respeito de sua origem – por seu um bastardo. Desculpou-se por ter magoado o garoto e desejava lhe dar um abraço, mas não podia ser visto com tamanha intimidade com a criança.

Por fim, Willie e Jamie se entenderam. O menino perguntava se Jamie realmente teria que ir embora e ele afirmou que sim. Sozinhos, eles se abraçaram como um gesto de despedida. Jamie o levou até o pequeno quarto que passou a ocupar após o chefe dos cavalariços ter se aposentado. Willie observou que Jamie possuía imagens e rezava para elas, questionou sobre aquilo pois sua avó – certamente protestante – discordava de tais práticas. Jamie explicou sobre sua fé e admiração de Willie por ele era tanta que ele pediu para se tornar também “um maldito papista” (GABALDON, 2015a, p. 291) como sua avó se referia. Jamie resolveu batizar o pequeno sob um argumento que ouviu uma vez de um padre de que uma pessoa leiga poderia batizar desde que a situação fosse de emergência e não houvesse nenhum padre. Sabia que não se tratava de uma urgência, mas não viu mal em fazê-lo. Ao final, Jamie deu um cavalo de madeira ao menino como uma forma de manter-se em sua memória. O garoto disse que não tinha nada para dar a Jamie para que ele não o esquecesse, mas o escocês logo declarou que não precisava, pois jamais o esqueceria.

 

Resumo feito pela nossa Sassenach Karla Danielle

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Fonte: 

GABALDON, Diana. Willie. In: GABALDON, Diana. Outlander: o resgate no mar. São Paulo: Arqueiro, 2018. v. 3, cap.16.



Apontamentos do capítulo

  

            O referido capítulo descreve basicamente em o início da infância e da criação de Willie, em Halwater, juntamente com os avós maternos, sua tia Isobel bem como narra os momentos ao lado de Mackenzie, Mac, o cavalariço.

            Depois de passar por muitos momentos de aflição, dor e sofrimento, perdas, medo e angustia, Jamie encontra-se feliz... seja pela oportunidade de estar fazendo o que gosta, como cuidar dos cavalos, ter um lugar digno para comer, ter o que vestir, mas principalmente por estar tendo a oportunidade de conviver, mesmo que indiretamente com seu filho Willie, ensinando-o sobre os cavalos, sendo sempre um “servo” companheiro, atencioso e zeloso. Na maioria das vezes tendo que se conter como o pai legítimo que era, para não dar uma boa surra, como costumava a levar do seu próprio pai para aprender a ter limites e a respeitar os mais velhos...a ser mais paciente.

            No decorrer do capítulo Jamie compreende que fora Lord John quem tivera a maior influência para sua permanência em Helwater e passou a agradecer por isso. (...) Não, ele levara Jamie para Helwater porque foi o melhor que pôde conseguir; incapaz de simplesmente libertá-lo na ocasião, Grey fizera o melhor possível para facilitar as condições do cativeiro — proporcionando-lhe ar, luz e cavalos.  É impossível não reconhecer toda a grandeza e a sensibilidade de Lord John em relação à Jamie. Ele sabe que Jamie corria perigo se conduzido junto com os outros companheiros, por isso ofereceu-lhe um lugar que, mesmo não sendo seu lar, poderia amenizar a sua saudade.

             A narrativa continua agora com a descrição de Willie. O mesmo é descrito fisicamente como sendo um garoto forte e belo. Sua personalidade, porém, é exposta como sendo a de uma criança extremamente malcriado, mimado, acostumado obter tudo o que deseja de seus avós e tia, exceto de seu cavalariço, por quem demostra ter respeito e até mesmo certo receio. Estava sendo criado para ser um Conde, o que, para uma criança de sua idade, talvez implicasse em poder fazer tudo o que se deseja... herdou certamente traços da personalidade da mãe quando se referia aos mimos, mas a teimosia e a persistência não negava de quem era filho. 

            Embora Willie fosse ainda muito pequeno e suas atitudes malcriadas incomodassem Jamie, fica claro que ele gostava muito de estar em companhia do menino, e isso era recíproco. Com o passar do tempo, porém, essa convivência passa ser ameaçada pela semelhança que Willie adquire de Jamie. Preocupado com esses rumores e por não ser permitido que serviçais tivessem espelhos, Jamie analisa as feições do filho, e ao ver seu reflexo na água, constata que mais cedo ou mais tarde a verdade pode vir à tona. O menino puxara seus olhos, sua forma de virar a cabeça, sua estatura. Diante dessas revelações Jamie percebe que é muito arriscado tanto para ele quanto para o filho permanecer em Halwalter e ele decide aceitar a ideia de falar com Lady Dunsany em voltar para casa.

            A decisão é revelada ao pequeno Willie que à princípio não aceita a ideia, tenta fazer seu papel de Conde ordenando Jamie obedeça às suas ordens. Esse diálogo entre Jamie e Willie, (pai e filho), é de uma profundidade imensa, não há como não se sensibilizar com um momento de tanta verdade, sentimento, pureza, amor, e até mesmo revolta.

            Verdade porque é o amor paternal e incondicional que resiste por um tempo à vontade de jogar tudo para o alto e acalentar, abraçar, proteger, corrigir (como chega a ser feito com algumas palmadinhas) ...

            Pureza, porque vem de uma criança que quer se tornar igual a alguém em quem ela se espelha e admira, sem saber que esse alguém é seu pai. Quando pede para ser batizado, mesmo que isso não seja permitido em sua cultura.

Amor, muito amor, porque só amor é capaz de suportar a separação, só o amor nos permite dar a vida por quem amamos, só o amor nos permite levar no coração aqueles que não podemos carregar nos braços... e por fim

Revolta, por mais uma vez Jamie ter que sofrer com a dor da separação..., mas tudo pode mudar lá na frente.

O capítulo termina com Jamie batizando Willie e entregando a ele um rosário que havia ganho de sua irmã Jenny e estabelecendo com ele um vínculo que só mais tarde saberemos se será ou não mantido. Mais uma vez somos presenteados com a atitude afetuosa de Jamie ao dizer ao filho que sempre lembrará dele...


Apontamentos de nossa Sassenach Iara Verdi
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