APONTAMENTOS: LIVRO 3 - CAP. 6
PARTE II – LALLYBROCH
Capítulo 6
Trata-se de um capítulo cujos
acontecimentos nos levam a refletir sobre muitos sentimentos que envolvem
praticamente todos os personagens nele descrito. O capítulo é iniciado
relembrando mais uma vez que Jamie Fraser, desde que sobrevivera na Batalha de
Cullodem e que por questões de dívidas de honra tem sua vida poupada de uma
execução é mandado de volta à Lalybroch, vive sozinho em uma caverna, próximo à
localidade e sempre que pode, arriscando-se a ser novamente capturado, visita a
família, além de ajudá-los no provimento de alimentos, levando para a casa o
que consegue caçar durante a noite.
No decorrer da narrativa, somos
surpreendidos com momentos que despertam em nós sentimentos de muita tensão,
medo, insegurança, pavor, comoção, raiva, ternura, amor fraternal, lealdade,
solidão, saudades, renúncia e coragem para fazer escolhas e mais... Ter
consciência de que essas escolhas mudarão para sempre a sua vida, e das pessoas
que ama... Três acontecimentos marcam o capítulo:
1º)
O incidente que acaba com Fergus tendo uma das mãos decepadas pelos soldados
ingleses;
2º)
A decisão de Jamie em se entregar para os solados ingleses e com isso
beneficiar a família com o dinheiro da recompensa por sua prisão;
3º)
Jamie e a Mary Macnaby dividindo um momento de ternura que os faz dividir a
solidão e se sentirem inteiros novamente, mesmo Jaime demonstrando que jamais
esquecera Claire, para quem deu sua alma, seu corpo e seu coração.
Assim
em meio a tantas passagens marcantes desse capítulo, há que se destacar o
momento em que Jamie, após ter revelado para Jenny, o seu plano para se
entregar encontra-se sozinho a contemplar o céu: “Poderia ser sua última visão
do céu por algum tempo e pretendia desfrutá-la. Pensou na prisão, barras de
ferro e trancas e paredes sólidas, e lembrou-se de Fort William. Prisão de Wentworth.
A Bastilha. (...) Paredes de pedra, de mais de um metro de espessura,
bloqueando todo o ar e toda a luz. Imundície, fedor, fome, sepultura.
Estremeceu, afastando esses pensamentos. Ele escolhera seu caminho e estava
satisfeito com isso...” (referência)
Eu acredito que nossa vida tem muito a
ver com escolhas, nós somos a soma da maioria delas, já que algumas não podem e
não são feitas por nós mesmos. Nem sempre escolhemos quem vamos amar, mas uma
coisa é certa, podemos escolher como vamos amar. É verdade que não podemos
voltar no tempo (só a Claire KKK) e apagar o que foi feito, mas sempre podemos
começar de novo e fazer diferente... Principalmente mudando aquilo que não nos
fez bem. Mas para isso é importante lembrar de que escolher exige responsabilidade
e renúncia. Responsabilidade porque temos que lidar com as consequências de
nossas decisões e renúncias, pois ao decidirmos por esta ou aquela escolha,
inevitavelmente temos que abrir mão de outras possibilidades.
Quando
Jamie faz a escolha de se entregar, ele já sabia quais seriam as consequências,
ele já as tinha vivido, experimentado, sofrido, algumas ainda o assombravam em
seus sonhos e em seus pensamentos. Visto que tinha em seu corpo várias marcas e
algumas delas, no entanto, o amor e a lealdade por aqueles a quem amava, o fez
escolher pela prisão novamente. Como não admirar um personagem tão forte, tão
integro, tão resiliente e que está sempre nos ensinando que não existe limites
para o AMOR.
GABALDON, Diana. Justificado pelo sangue. In: GABALDON, Diana. Outlander: o resgate no mar. São Paulo: Arqueiro, 2018. v. 3, cap.6.
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