RESUMO: LIVRO 3 - CAP. 23
PARTE V – VOCÊ NÃO PODE VOLTAR PARA CASA OUTRA VEZ
Capítulo
23
Craigh
na Dun
Este
breve capítulo retrata o início da partida de Claire. Ela pega um taxi até
Craigh na Dun e ao chegar lá o motorista estranha o fato de alguém ir a tal
lugar. Perguntou-lhe se desejava que a aguardasse ou voltasse depois, mas ela –
mesmo ainda insegura em sua decisão – disse que não havia necessidade.
Fez
o trajeto colina acima em meio aos pensamentos que lhe abrasavam. Lembrava-se
da última vez que viu Brianna dormindo na noite anterior e pensava que não
podia deixá-la. À medida que seguia e seus pés pareciam encontrar força própria
em direção ao círculo de pedras, pensava em que não podia fazer aquilo. O
barulho das pedras crescia e a sensação da viagem já se aproximava.
Ao
chegar ao topo da colina, encontrou Roger e Brianna no meio do círculo. Sua filha
estava usando um vestido de época comprado na mesma loja onde conseguiu o seu.
Questionou o que eles estavam fazendo lá, mas a jovem foi clara e precisa ao
dizer que se sua mãe não fosse, ela mesma iria. Pois acreditava que Jamie merecia
saber que o plano dele – ao enviá-las de volta ao futuro – havia dado certo,
que Brianna havia nascido e estava bem. A jovem procurava encorajar sua mãe
quanto àquela decisão tão difícil. Brianna beijou Claire, a direcionou à pedra
e disse que a ama. Antes de partir, viu Roger se aproximar de Brianna, talvez
um conforto em seu coração. Por fim, deu o último passo e partiu.
GABALDON, Diana. Craigh na Dun. In: GABALDON, Diana. Outlander: o resgate no mar. São Paulo: Arqueiro, 2018. v. 3, cap.23.
Apontamentos do capítulo
Já
amanhecia quando Claire chega a CRAIGH NA DUN conduzida por um motorista que se
mostrou bastante curioso em ter que deixar naquele lugar uma mulher sozinha.
Durante
a subida até o círculo de pedras, a mente de Claire a fazia pensar
constantemente que ela não poderia, não deveria estar fazendo aquilo, mas ela
era movida pelo coração e nesse momento, parecia ser o coração quem comandava suas
pernas e todo o seu corpo, já que continuava subindo, desobedecendo a própria
razão, ignorando as lembranças traumáticas das passagens anteriores:
(...) As garras do horror relembrado alcançavam-me, vindas do alto da colina, quando comecei a sentir a proximidade das pedras. Gritaria, caos, a sensação de estar sendo dilacerada em mil pedaços. Eu não podia. Eu não podia, mas continuava subindo, as palmas das mãos suando, meus pés movendo-se como se já não estivessem sob meu controle.
Ao chegar ao topo da Colina, Claire
é surpreendida com a visão de Roger e Brianna em frente à pedra fendida.
Brianna estava usando um vestido verde-limão, comprado certamente na mesma loja
em que havia comprado o seu. Questionados por Claire sobre o que estariam
fazendo ali, Brianna, que ao que parece, ainda tinha dúvidas de que a mãe faria mesmo o que estava se propondo a
fazer, ou sendo para incentivá-la a ir em frente afirma que se mãe não partisse
em busca de Jamie, ela mesma o faria.
Nessa passagem temos um diálogo
lindo, forte e muito emocionante entre Claire e Brianna, é muito tocante à
forma como ela consegue expor o sentimento de gratidão à mãe que se sacrificara
no passado para protegê-la e fazê-la nascer em segurança, mesmo que para isso
tenha abdicado de viver com o homem que amava e de quem nunca havia esquecido.
Ao
falar do pai que ainda não conhece, Brianna não apenas consegue mostrar-se
madura e sensata, quanto forte e decidida, ela quer que o pai saiba que a sua
decisão na época, embora penosa pela dor da separação, foi a mais acertada, que
ela e sua mãe haviam conseguido passar pelas pedras, haviam sobrevivido,
amaram-se e foram amadas, mas que agora era a vez de ele também ser feliz, de
saber que sua filha ganhara seu nome em homenagem ao seu avô, de que ela se
parecia com ele, tinha os mesmos olhos azuis e cabelos ruivos e era
extremamente corajosa, ao ponto de ela mesma arriscar-se a procurá-lo caso
Claire não o fizesse.
“(...) Não entende, mamãe? Ele tem que saber... ele tem que saber que conseguiu, ele conseguiu o que queria para nós. — Seus lábios tremeram e ela apertou-os por um instante. — Nós devemos isso a ele, mamãe — disse ela meigamente. — Alguém tem que encontrá-lo e contar-lhe. — Sua mão tocou meu rosto por um momento. — Conte-lhe que eu nasci.
“Ele deu você para mim — disse ela, tão baixo que eu mal conseguia ouvi-la. — Agora eu tenho que devolvê-la a ele, mamãe. (...)”
Diante
dos argumentos da filha, Claire percebe que poderá partir, se não mais aliviada,
ao menos não se sentindo tão culpada, sente que Brianna, no fundo tem razão,
Jamie precisava saber, ele tinha esse direito.
— Se o encontrar — murmurou ela —, quando encontrar meu pai... dê-lhe isto. — Ela inclinou-se e beijou-me, impetuosa e delicadamente, depois se empertigou e virou-me na direção da pedra. — Vá, mamãe — disse ela, ofegante. — Eu a amo. Vá! Pelo canto do olho, vi Roger aproximar-se de Bree. Dei um passo, depois outro. Ouvi um som, um ronco distante. Dei o último passo... e o mundo desapareceu.
E
é nesse contexto de magia e mistério que Claire viaja novamente no tempo deixando
Brianna e Roger no ano de 1968, para ir ao encontro de seu grande amor do
passado, Jamie Fraser em 1765.
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