CURIOSIDADES: Castelo Blackness
Quem não lembra daquela cena agoniante de Claire com Black Jack no Fort William, retratada no capítulo 21 (Une mauvais quart d’heure após a outra)? O local onde era o escritório particular do temível Randall, onde Jamie passou dias de tanto sofrimento, nas mãos daquele monstro. Vamos relembrar o trecho:
“Nada mau para o escritório particular de um capitão, pensei, examinando as pinturas na parede, os objetos de prata sobre a escrivaninha e o tapete grosso no assoalho. Comecei a andar pelo carpete, a fim de respingá-lo melhor. O percurso até Fort William secara minhas roupas externas bastante bem, mas as camadas inferiores de anáguas ainda gotejavam.” (GABALDON, 2018, p. 327)
Para os amantes de Outlander, Fort William (nome do Castelo na ficção, pois na realidade Fort William é o nome de um vilarejo perto de Inverness) ou melhor, Blackness Castle – Castelo da Escuridão foi locação de várias cenas da série, no entanto, o local já foi o cenário de gravação do clássico “Ivanhoé” (1952), baseado no romance histórico do escritor escocês Walter Scott, publicado em 1820.
Localizado em Linlithgow, perto de Edimburgo, na Escócia, o quartel general do sinistro Red Coat, Jonathan Wolverton Randall, mais conhecido como Black Jack Randall, antepassado de Frank Randall, primeiro marido de Claire, serviu como palco de uma das cenas mais chocantes do primeiro livro de Diana Gabaldon, A Viajante do Tempo.
Lá o protagonista masculino da saga, James Fraser (Sam Heugham), sofreu um chicoteamento público, que ocasionou, inclusive, o ataque de apoplexia (derrame cerebral) de seu pai Brain Fraser.
No mesmo lugar, Claire Fraser foi violentamente interrogada pelo algoz do casal, após sua fracassada tentativa de passar pelas pedras de Craigh na Dun (as rochas monolíticas fictícias).
Também o futuro casal Mackenzie, no início de seu relacionamento, na terceira temporada, visitou o macabro castelo, tendo Bree dito “este lugar me dá calafrios” e Roger respondido, como um bom historiador, mas principalmente como um escocês nacionalista, que ali várias pessoas haviam sido chicoteadas em nome da Coroa.
O castelo é uma fortaleza de artilharia construída no século XV (os primeiros registros datam de 1449) por uma das famílias mais poderosas da Escócia, os Crishtons – a edificação lembra um barco, sendo chamada de “navio que nunca navegou” e, longe de servir como uma mansão do senhor das terras, teve como função primordial a defesa em vários conflitos, assim como serviu de prisão do Estado até o século XIX.
O Castelo está localizado em um ponto considerado estratégico, chamado de Power Position, por permitir que os canhões fossem apontados para o rio. Considerado uma das mais interessantes paisagens da Escócia, Blackness tem vista para o delta do Rio Forth (Firth of Forth).
A Parte interna da construção possui um aspecto medieval, com chão e paredes de pedras, estas com 5,5m de espessura, perfuradas ao nível do solo para permitir que a artilharia funcionasse.
Aos pés da Torre principal tem um fosso que, segundo dizem, funcionava como uma cova aquática coletiva. Quando os prisioneiros incomodavam os guardas eram, simplesmente, jogados do alto da torre no fosso, que possuía uma entrada de água do mar que carregava os corpos na maré alta. Atualmente, o fosso encontra-se gradeado para a proteção dos visitantes.
Em 1453, objetivando inicialmente abrigar os inimigos do rei, o Castelo e as terras em seu entorno foram anexados aos bens da Coroa pelo rei Jamie II. Ao longo dos anos, passou a ter a função de prisão para franceses e rebeldes, durante as guerras e conflitos dos séculos XVIII e XIX.
Foi bombardeado em 1651 pelas forças militares inglesas sob o comando de Oliver Cromwell. Passou, em 1870, a ser um depósito central de munição do exército na Escócia, quando foram construídas várias edificações anexas, próximas ao píer. O Castelo foi utilizado em 1912 como ponto de partida do exército escocês para lutar na Primeira Guerra Mundial.
Finalmente, passou por
uma grande reforma entre os anos de 1926 e 1935, oportunidade em que suas
características originais foram recuperadas, sendo então designado monumento
histórico administrado pelo Historic
Environment Scotland, protegido na categoria
"A" do "listed building"
desde 22 de fevereiro de 1971.
Texto feito pela nossa Sassenach Mônica Araújo
Referências:
BARTOLAMEI, Bruna. Outlander: os locais das gravações da 1 temporada. [S. l.], 9 nov. 2017. Disponível em: https://contandoashoras.com/2017/11/09/outlander-os-locais-das-gravacoes-da-1-temporada/. Acesso em: 16 nov. 2020.
CAMPOS, Paulo. Desvende
o Blackness Castle, castelo que é cenário de "Outlander". [S.
l.], 6 dez. 2018. Disponível em: https://www.otempo.com.br/turismo/desvende-o-blackness-castle-castelo-que-e-cenario-de-outlander-1.2077027.
Acesso em: 16 nov. 2020.
CASSIANO, Ana. Blackness Castle – Escócia. [S. l.], [20--]. Disponível em: https://www.anacassiano.com/blackness-castle-escocia/. Acesso em: 16 nov. 2020.
CASTELO Blackness. [S. l.], 4 jun. 2019. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_Blackness. Acesso em: 16 nov. 2020.
GABALDON, Diana. Une mauvais quart d'heure após a outra. In: GABALDON, Diana. Outlander: a viajante do tempo. São Paulo: Arqueiro, 2018. v. 1, cap. 21, p. 327-342.
TEIXEIRA, Fabiane.
Roteiro locações Outlander, na Escócia. [S. l.], 13 fev. 2019.
Disponível em: https://www.viagensevivencias.com.br/2019/02/roteiro-outlander-na-escocia.html.
Acesso em: 16 nov. 2020.
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