Feliz aniversário, Claire! - Especial Livro 1

Enfermeira, uma dama, médica, mãe dedicada, mulher de mistérios e conhecimento, Corvo Branco, guerreira, soldado, desbravadora, destemida, atemporal, única, Claire.

O dia de nossa maior inspiração, quanto mulheres, nas obras de Diana Gabaldon, não poderia ser diferente. É necessário fazê-lo especial.

No dia de nossa primeira Sassenach, no dia de nossa heroína, de nossa curandeira de muitas eras e saberes, resolvemos fazer um verdadeiro especial para todos que estão em seu primeiro contato com tamanho encantamento. Provavelmente, ainda a conhece como, Claire Beauchamp. Dependendo da parte em que estiver, está acompanhando agora mesmo, a própria Claire aceitando também seu sobrenome como Fraser, vendo-se inevitavelmente, em circunstâncias que a fazem duvidar se um dia voltará a ser Randall.

Assim como o mistério de seus muitos nomes, Claire é uma mulher cercada de mistérios. Penso que todos eles, culminam no mesmo ponto: Amor.

Neste post, vamos deixar as nossas felicitações à Claire Fraser, Claire Beauchamp, Claire Randall, Claire. Deixaremos para tanto, 14 fatos sobre nossa querida Sassenach, junto com algumas citações lindas, encontradas na obra A Viajante Do Tempo – Livro 01 da Saga Outlander. Onde todo o primeiro contato acontece. Onde tudo começa a fazer sentido para nós, e para ela.

 

1. Claire sempre foi à frente de seu tempo

Quando Claire fala de suas memórias sobre a Segunda Guerra Mundial, onde atuou como enfermeira, conta-nos um pouco sobre a sua postura de trabalho em meio aos homens. Soldados são difíceis e mulheres estavam sempre sob suas cadeias de comando. Não Claire. Dado histórico é que em 1944, cerca de 812 mil, das quais 261 mil trabalhavam nas fábricas de armamentos. Ainda assim, não estavam em altos postos, dificilmente eram obedecidas e, findado o esforço de guerra, os homens exigiam seu regresso às funções de donas de casa. Claire dava ordens, Claire salvava vidas e não abaixava a cabeça a quem quer que fosse, se isto a fizesse perder tempo em ajudar quem precisasse. Isso fica evidente no primeiro encontro de Claire com os escoceses, depois de ser resgatada das mãos de Black Jack Randall, ancestral de seu, então marido, Frank.

“- Não se atreva a fazer isso! - Qualquer pensamento de fuga desapareceu diante da indignação profissional. Lancei-me para a frente, sem me importar com os olhares de espanto dos homens à minha volta.” (GABALDON, 2018, p. 62)

     2. Claire e a Botânica

Fascinada pelo poder das plantas, Claire manteve como um hobby a tão deliciosa experiência adquirida durante sua vida de muitas viagens com Tio Lamb, saber e anotar para que cada planta que lhe despertava curiosidade, servia. Após o regresso da guerra e numa tentativa de se reaproximar de Frank, Claire também resolve tomar para si tempo e se dedicar ainda mais aos conhecimentos botânicos. Fato é que este conhecimento, salvou milhares de pessoas no tempo em que Claire permanece no passado. E foi por essa busca de conhecimentos, que se aproximou da planta mais importante de nossa saga, a Miosótis. Não-me-esqueças. Foi por essa busca que tudo começou.

“- Lançando um olhar ao solo, entretanto, o que realmente vi foi uma planta interessante que crescia na base de uma das pedras verticais. Miosótis? Não, provavelmente não. Eram flores de um azul-escuro com centros de cor laranja. Intrigada comecei a caminhar em direção a ela.” (GABALDON, 2018, p. 46)

     3. Claire é muito corajosa

Ao longo do livro 01, vemos Claire recém-saída da guerra, não qualquer uma, mas da Segunda Grande Guerra Mundial. Você teria coragem de ter participado de um dos maiores massacres que já aconteceram à humanidade? Fosse de um lado ou de outro, teria coragem? Claire cai no passado 1745, ano de confronto, em meio a um confronto. Enfrenta com toda a coragem a primeira tentativa de estupro com a qual lidaria, enfrenta um clã de escoceses e enfrenta seus líderes sem abaixar a cabeça. Claire enfrenta inclusive, o próprio Jamie em diversos momentos.

“- Seu marido devia lhe ensinar, dona - retorquiu uma voz austera saída da escuridão atrás de uma árvore. - São Paulo disse: Que uma mulher fique em silêncio e... - Meta-se com a sua vida - falei entre os dentes, o suor escorrendo por trás de minhas orelhas - e São Paulo também - limpei a testa com a manga do meu vestido.” (GABALDON, 2018, p. 74)

“- Se - disse entre dentes cerrados - você algum dia erguer a mão para mim outra vez, James Fraser, vou arrancar seu coração e fritá-lo para o desjejum!” (GABALDON, 2018, p. 368)

    4. O Casamento Com Frank

A união mais cheia de mistérios de toda a trama, é exatamente de Claire e Frank. Não vou me adentrar muito neste ponto, para não acabar dando spoilers do futuro. Mas, partindo do princípio de que se uniram por amor, quanto será que realmente Frank sabia de Claire? Deixo isso no ar e seguirei para o foco do ponto.

Frank era realmente apaixonado por Claire, mas eram muito diferentes em seus jeitos e tratamentos. Ainda assim, Claire o amou de verdade. Frank faria de um tudo para que sua esposa tivesse dele o melhor, inclusive partir em uma viagem expedicionária em busca de respostas para o seu passado que lhe permitiriam ingressar com prestígio no tão sonhado emprego acadêmico, que sustentaria os dois. Um professor de renome em Oxford. Mas o que Claire realmente queria? Não sabia. E por isso, a vida de nômade e as escolhas do marido, a faziam sentir-se satisfeita. É certo que, para quem está perdido, qualquer caminho serve, e muitas vezes o meio de permanecer nesse caminho, é a barganha. No caso de Claire e Frank, o sexo.

“Mesmo depois de nosso casamento, Frank e eu continuamos levando a vida de nômade de um jovem professor universitário, dividido entre congressos pela Europa e apartamentos temporários, até que a deflagração da guerra o enviou para o Treinamento de Oficiais na Unidade de Inteligência do MI6 e a mim para o treinamento de enfermeiras. Embora estivéssemos casados havia quase oito anos, a nova casa em Oxford seria o nosso primeiro lar de verdade.” (GABALDON, 2018, p. 14)

“- Estou sempre preparada - respondi, afetadamente. - As enfermeiras aprendem a se antecipar às contingências. - Realmente Claire - murmurou, deslizando a mão por baixo da minha saia e subindo pela coxa até o calor macio e desprotegido entre minhas pernas -, você é a pessoa mais terrivelmente prática que já conheci.” (GABALDON, 2018, p. 48)

    5. O Casamento com Jamie

Sobre este casal, não era questão de escolha entre o certo e o errado, como a própria personagem diz, foi uma escolha feita por amor. Um tipo de amor que transcende, inexplicável, como o tempo. Jamie aceitou Claire por quem ela era. Por quem ela realmente era, sem perguntas, julgamentos, sem promessas vazias. Jamie apaixonou-se por ela assim que a viu, mas Claire, precisou do casamento quase forçado com Jamie, para perceber que o amava. Um amor sem cobranças, mas não um amor vazio ou fácil, aquele tipo de amor que uma vez escrevi em um livro por aí, o amor que parece uma tempestade. Onde todos os males acontecem e nenhum dos dois se permite soltar a mão do outro, ainda que separados, juntos para além do eterno, inexplicável.

Uma curiosidade, em primeiro momento, Jamie dá para Claire não uma aliança, mas o anel de rubi do seu pai.

“Soubemos como Dougal fez Jamie se casar com você - disse ele, ignorando a contenda e concentrando sua atenção em mim. - Mas Jenny disse que era preciso mais do que Dougal Mackenzie para Jamie fazer algo que não quisesse. Agora que a conheço, naturalmente vejo por que ele se casou.” (GABALDON, 2018, p. 514)

     6. Claire é meio tarada

Eu não preciso explicar muito sobre a libido da colega, então vou deixar apenas uma citação que nos enche de vontade, de vez ou outra, sermos iguais. Nem adianta rir. Em algum momento, teremos um pouco de Claire.

“Não era de admirar que fosse tão bom com cavalos, pensei indistintamente, sentindo seus dedos acariciando-me suavemente atrás das orelhas, ouvindo as palavras tranquilizadoras e incompreensíveis. Se eu fosse um cavalo, deixaria que me conduzisse para onde quisesse.” (GABALDON, 2018, p. 87)

     7. Claire e o presente de casamento

O colar de pérolas de Ellen é feito de pérolas barrocas de água doce, separadas por pequenos círculos de ouro, dos quais também pendem algumas pérolas menores. Jamie diz a Claire que seu pai, Brian, entregou-o a ele para que pudesse oferecer a sua esposa quando ele a tivesse. Na página do Facebook do Fraser’sRidge Brasil, Déborah Maria, uma das administradoras escreveu que:

“No dia do casamento de Jamie e Claire, antes da cerimônia, ele puxa um pequeno colar de pérolas do sporran e coloca-o no pescoço de Claire, momento em que Dougal fica furioso ao reconhecer o colar de Ellen. Em Lallybroch, Claire lamenta que tenha deixado as pérolas em Leoch. Naquele momento, Jamie o entrega a ela e lhe diz que Murtagh o pegou do castelo. A partir desse momento, Claire sempre carrega as pérolas costuradas no bolso ou bainha da saia.” (CAMPOS, 2017)

8. Claire e a Fé

Claire sabe a bíblia sagrada de cor e salteada. Mas ainda assim questiona muito do que sabe e se permite acreditar à maneira como acha pertinente. Permite-se duvidar, permite-se saber que Deus é o princípio e o fim, para ela isso basta, não necessita de denominações. Claire é cética de um tudo, apática com formalidades, duvida do sobrenatural, mesmo passando pela experiência mais bizarra possível. E duvida do tempo.

“- Não... quer dizer, sim. Desculpe-me se o deixei preocupado. Mas eu não podia deixar uma criança lá, eu simplesmente não podia. - Sim eu sei. - Abraçou-me rapidamente. - Você tem um bom coração, Sassenach. Mas não faz a menor ideia daquilo com que está lidando aqui. - Fadas, hein? - Eu estava cansada perturbada com o incidente, mas disfarçava com petulância. - Não tenho medo de superstições. - Um pensamento me ocorreu. - Você acredita em fadas, bebês trocados e tudo isso?” (GABALDON, 2018, p. 440)

     9. Claire e Geillis... Bruxas?

Vamos combinar que, a passagem pelas pedras está ligada com povos antigos e tradições celtas, que Claire enxerga a aura das pessoas, que Claire tem habilidades para além das que um médico tem, como enxergar com o toque das mãos a enfermidade. Para o princípio da sua vida com Jamie, a resposta foi, não. Mas tudo é muito possível e só saberemos quando chegar o tão esperado 10º Livro. É certo que sim... Geillis vocês descobrirão conforme avançarem na leitura da saga.

“- Você é uma bruxa? Fiquei boquiaberta. - Uma bruxa? Você... você não pode realmente estar fazendo esta pergunta. - Achei que devia estar brincando. Não estava. Segurou-me pelos ombros e agarrou-me com força, olhando dentro dos meus olhos como se quisesse me obrigar a responder. - Eu tenho que perguntar, Claire! E você precisa me dizer! - E se eu fosse? - perguntei entre os lábios secos. - Se achasse que eu fosse uma bruxa, ainda assim teria lutado por mim? - Teria ido para a fogueira com você! - disse ele, com violência. - E até para o inferno, se necessário. Mas que Jesus Cristo tenha piedade da minha alma e da sua, diga-me a verdade!” (GABALDON, 2018, p. 484-485)

    10. Claire e a História

A maneira como Outlander foi escrito, apossa-se de pequenas lacunas ou de lugares históricos que permitem que uma trama como essa aconteça dentro de suas linhas. Muitos foram os rostos da Segunda Guerra Mundial, muitos foram os rostos na Batalha de Culloden, muitos são os nomes daqueles que se detiveram em uma causa e por ela, perderam-se nas sombras da história, que tanto vangloria políticos e aristocratas como heróis e não se dá ao trabalho de olhar para aqueles que verdadeiramente agiam para tudo acontecer. A história permite magicamente que a ficção se insira nas suas torpes escritas, em uma dessas, está a linha temporal complexa e única, criada por Gabaldon.

“- Inglesa de nascimento, escocesa de casamento - disse com firmeza. - Meu nome é Claire Fraser. Meu marido é prisioneiro em Wentworth.” (GABALDON, 2018, p. 647)

     11. Claire tem afronta

Se tem uma coisa que Claire faz e muito, é afrontar Deus e mundo. Somente neste volume do livro, Claire afronta Dougal, mais de uma vez; Collum, também por mais de uma vez e de maneiras diferentes; Jamie, principalmente quando brigam, e neste livro como brigam! Afrontou um padre, sra. Fitz, Frank, Black Jack Randall, Murtagh, Rupert, o exército inglês, Jenny... Ufa! Como ela sobreviveu no século XVIII com tamanha afronta, é o verdadeiro mistério.

    12. Claire e Jenny

Uma das partes mais lindas deste livro, é a amizade entre as cunhadas, Jenny e Claire. Aprendem nas dificuldades do dia a dia e de precisarem viver às sombras de uma iminente batalha, causada por mais um levante jacobita, elas aprendem a se amarem de uma maneira linda e única. E estabelecem uma amizade que sobreviverá ao tempo.

 “- Jenny... eu o encontrarei!” (1ª Temporada, Episódio 14 – A Busca)

     13.  Jamie e Claire

Acima de tudo, Claire descobre em Jamie um amor completo, inteiro, dela. Alguém disposto a devolvê-la para seu próprio tempo, se isso a fizesse feliz, pronto para dar a proteção de seu corpo e entregar o seu coração e alma pela mulher que ama. Um amor que não permitiu que a tirania de um psicopata quebrasse a ambos por inteiro.

“- Eu estava chorando de alegria, Sassenach – disse ele suavemente. Estendeu os braços devagar e segurou meu rosto entre as mãos. – E agradecendo a Deus por ter duas mãos. Por ter duas mãos para segurar você. Para acariciá-la, para amá-la. Agradecendo a Deus por ainda ser um homem completo, por sua causa.” (GABALDON, 2018, p. 740)

   14.  PARABÉNS, CLAIRE

Acima de tudo, Claire merece todos os Parabéns que lhe couberem. Seja ela criação da mente de Diana Gabaldon, seja ela agora parte de cada leitor que a conhece por meio desta obra encantadora, é graças a nossa primeira Sassenach que cá estamos todos, todas, todês, apaixonadas por Outlander.

Vou ficando por aqui. Junto com minhas queridas Sasses, Eduarda e Juliana responsáveis pelos quotes deste artigo. E para Claire, desejamos que continue a viver através das pedras, para além da eternidade.

Texto da nossa Sassenach Verônica Sparr 

Trechos selecionados do Livro 1 pelas nossas Sassenachs Eduarda Reis e Juliana Dantas

 




 Referências:

CAMPOS, Déborah Maria Nunes. A História do colar de pérolas de Ellen, o resgate de Jamie e a pele de um lobo. [S. l.], 22 dez. 2017. Facebook: Outlander - 🍓 Fraser's Ridge Brasil. Disponível em: https://www.facebook.com/groups/frasersridgebrasil/permalink/1989237748014013. Acesso em: 19 out. 2020.

CLAIRE FRASER. [S. l.], [2018]. Disponível em: https://outlander.fandom.com/wiki/Claire_Fraser. Acesso em: 19 out. 2020.   

GABALDON, Diana. Outlander: a viajante do tempo. São Paulo: Arqueiro, 2018. v. 1.

GABALDON, Diana. The Outlandish Companion: the first companion to the Outlander series, covering Outlander, Dragonfly in Amber, Voyager and Drums of Autumn. New York: Delacorte Press, 2015.

LEITE, Gisele; HEUSELER, Denise. A presença da mulher na Segunda Guerra Mundial. [S. l.], 21 mar. 2019. Disponível em: https://www.jornaljurid.com.br/colunas/gisele-leite/a-presenca-da-mulher-na-segunda-guerra-mundial. Acesso em: 19 out. 2020.

PACE, Cristina. Claire Elizabeth Beauchamp Randall... [S. l.], 2 ago. 2015. Disponível em: http://www.lallybroch.net/2016/01/claire-elizabeth-beauchamp-randall.html?m=1. Acesso em: 19 out. 2020.

VANESSA. Toda mulher tem um pouco de Claire Fraser. [S. l.], 8 mar. 2016. Disponível em: http://www.lallybroch.net/2016/03/toda-mulher-tem-um-pouco-de-claire.html?m=1. Acesso em: 19 out. 2020.

 

 

 

 

 

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